Wednesday, December 23, 2015

De volta pro cesto, Tangerine...

"Pois, tendo as unhas das duas mãos compridas, crave-as em sua panturrilha e sentirás dor semelhante..."


Pobre Tangerine, acreditou que seu coração não pudesse doer mais que isso. Pobre Tangerine...

Tola Tangerine, confiou que a experiência em relacionamentos já sentidos e sofridos viesse fazer alguma diferença. Tola Tangerine...

Ingênua Tangerine, abriu-se a um novo e completamente desconhecido sentimento de reciprocidade. Ingênua Tamgerine...

Simplória Tangerine, julgou que toda forma de amor é válida, com excessão daquele não vivido. Simplória Tangerine...

Parva Tangerine, presumiu que a distância  geográfica fosse o único impedimento para que seu sentimento proporcionasse o prazer, o entusiasmo e a paixão sempre buscados e nunca alcançados. Parva Tangerine.

Tangerine esforçara-se em áreas externas ao seu coração, ciente de que esses e apenas esses, era capaz de controlar.Resiliente, sempre buscou tirar de todas as suas experiências algum ensinamento. Até mesmo de seus ferimentos mais profundos, aprendera que o tempo é capaz, não de apagar o que havia acontecido, mas de amenizar e suavizar a dor. 
Tinha então uma casa que ninguém diria que não é sua, dada a forma intrínseca pela qual alimentava suas plantas, cultivava seus jantares entre amigos, dada pela forma tão sua de acolher aquilo que lhe é comum. Talentosa e dedicada, há pouco encontrara uma nova forma de expressar-se através do tecido que cosia. Realizava seu trabalho com  minúcia primorosa. Tinha reconhecimento de seus superiores. Por mérito, subira de cargo, de situação social. Acabara de conquistar um automóvel. Sabia que teria dificuldade em mantê-lo. Mas dificuldade sempre foi combustível para Tangerine.

Foi no último processo de "reconhecer o comum" que Tangerine perdeu-se. Perdeu-se dentro de si, diante de todos aqueles atributos que um dia, em conversa intimista, havia pedido em oração. "E agora?" era uma das poucas coisas que materializava-se na cabeça de Tangerine.
Dona de uma criatividade peculiar, pensava em signos, e não em palavras como a maioria. Cor, havia muita cor ali. "Como poderia haver tanta cor!?"

Calma Tangerine, muita calma, ansiosa Tangerine. Lembre-se, baseie-se em tudo que você já viveu. Calma Tangerine.

Intensa Tangerine, sentiu naquela noite que o coração fosse rasgar de júbilo. E rasgou-se. E, de forma elástica, reconstruía-se e rasgava-se, a cada dita coincidência.

"Sabe qual o nosso problema, Tangerine? Sermos conscientes demais."

Tangerine sabia dos riscos. Tangerine sempre soube dos riscos. Tangerine, ainda assim, arriscou-se.

"Ainda que não possamos viver a beleza e o calor desse sentimento. Ainda assim, sou mais feliz que ontem. 
Pois ontem, duvidara mil vezes que você sequer existisse, hoje, ao menos sei que É VOCÊ."

Love me tender/Me ame com ternura,
Love me sweet/Me ame com doçura,
Never let me go./Nunca me deixe partir.
You have made my life complete/Você tornou minha vida completa,
And i love you so/E eu te amo tanto.

Love me tender/Me ame com ternura,
Love me true/Me ame de verdade,
All my dreams fulfilled/Todos os meus sonhos realizados.
For my darlin' i love you/Porque, meu amor, eu amo você,
And i always will/E eu sempre amarei.


(...)


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